Home » Perder 1% do peso corporal, pode retardar o envelhecimento cerebral em até 9 meses
Há muito tempo que estudos mostram que o excesso de gordura corporal pode causar danos em diferentes partes do nosso corpo, incluindo o cérebro. Uma pesquisa descobriu que pessoas obesas com uma relação cintura-quadril elevada tinham um volume cerebral ligeiramente menor em comparação com pessoas que tinham um índice de massa corporal normal. Sendo assim, a pesquisa demonstrou que essa gordura estava ligada a uma retração cerebral.
Um outro estudo analisou imagens cerebrais e relacionou que níveis mais altos de composição de gordura corporal estão relacionados a quantidades reduzidas de massa cinzenta –uma área do cérebro que contém células nervosas. Esse achado era mais evidente em homens do que mulheres.
Além disso, já está evidenciado que a obesidade e o excesso de gordura corporal podem afetar o cérebro em vários aspectos, como:
Não é de surpreender que a mudança do padrão alimentar e a inclusão de exercícios físicos na rotina do dia a dia sejam capazes de melhorar todo o cenário. Dessa forma, mudar sua alimentação para uma dieta rica em vegetais e pobre em alimentos processados e ultraprocessados pode beneficiar a sua idade biológica cerebral.
De acordo com um estudo deste ano (2023) realizado com 102 participantes que realizaram exames cerebrais antes do início do estudo e novamente após 18 meses —juntamente com uma bateria de testes de função hepática, níveis de colesterol e peso corporal — concluiu que uma dieta mediterrânea rica em vegetais, frutos do mar e grãos integrais (ou mesmo seguir um padrão alimentar mais saudável), pode retardar os sinais de envelhecimento cerebral acelerado com uma redução de apenas 1% do peso corporal, que são comumente observados na obesidade.
Para a pesquisa, realizaram exames cerebrais após 18 meses da inclusão de um novo estilo de vida e nova dieta, mostrando que a idade cerebral dos participantes parecia quase nove meses mais jovem do que o esperado —isso em comparação com estimativas da idade cronológica do cérebro.
Os grupos seguiram uma de três dietas: uma dieta mediterrânea com muitas nozes, peixe e frango em vez de carne vermelha; uma dieta mediterrânea com alguns extras, como chá verde pelos polifenóis; ou uma dieta baseada em diretrizes alimentares saudáveis.
O estudo mostra que a idade biológica do seu corpo é muito mais do que um sentimento, sendo que sinais de envelhecimento biológico podem ser encontrados pontilhados ao longo do seu DNA, gravados nas extremidades dos seus cromossomos ou, como este estudo sugere, nas conexões afrouxadas do seu cérebro.
Embora um número crescente de pesquisas sugira que o envelhecimento biológico causado por eventos estressantes pode ser reversível, este estudo mostrou que melhorar a dieta pode ser uma das opções mais simples para melhorar a condição corporal, independentemente da idade.
Em média, as pessoas que participaram do estudo perderam cerca de 2,3 quilos. Para cada 1% de peso corporal perdido após seguir uma dieta definida ou orientações de saúde, os cérebros dos participantes pareciam quase nove meses mais jovens do que a sua idade cronológica.
Se as mudanças na conectividade cerebral realmente se traduzem em melhorias na função cerebral, ainda é uma grande incógnita. O cérebro é uma rede complexa de conexões flexíveis que estamos apenas começando a mapear, embora uma revisão recente sugira que a dieta mediterrânea tem um efeito positivo na memória das pessoas mais velhas.
Os sinais de envelhecimento cerebral retardado também foram associados a níveis mais baixos de gordura no fígado e a um perfil lipídico melhorado, mas, novamente, estas alterações podem ser superficiais ou de curta duração.